23 de fev. de 2008

Os convidados dizem que...

Dazaranha dia 08/3. Imperdível!!!
"O carretão vai descer"...Nossa barulheira.
Só para povo de SC, infelizmente...

20 de fev. de 2008

Aula de D. Constitucional! Leitura obrigatória: bonavides = 630 páginas, hesse = 60 páginas, e vai e vai e vai...
Aula de T.G.P.! Leitura obrigatória de T.G.P. e direito processual: humberto = 790 páginas, revolução dos bichos (hahahahaha) e vai e vai e vai...
Falta conhecer ainda Penal I e Civil I.
Que sufoco! Quantas páginas passarão pela minha retina? Não sei. Apenas quero saber quanto conhecimento permanecerá n'alma.
Eis futuro promissor! Chega logo! Tenho pressa do suce$$o.

http://fatojuridico.blogspot.com

17 de fev. de 2008

Viva a Coisa Doméstica!

É dessa coisa doméstica que sinto falta... Meu coração sobrevive entre suspiros e apertos da solidão.
- "Paula, mor, o Lito ligou. Eles estão vindo para cá. Acho melhor colocar mais batatas na maionese". Ele diz enquanto corta o verde arbusto que emoldura a entrada da garagem de nossa casa.
Assim despenteado, com a barba por fazer, como em todos os domingos, de bermuda e chinelos, o amo ainda mais.
Num impulso, o puxo contra mim e lhe beijo. Gosto de hortelã.
- "É preciso trazer o carvão. O mercadinho do nego fecha daqui a pouco, hoje só até as 11", lhe digo depois do beijo.
Ele ri. Eu também.
Então finalmente meu coração se espalha, sem apertos ou finais tristes daqui por diante.

Uma questão de classe...

O marido chega em casa as 18:00h e diz a mulher que teria uma reunião às 22:00hs, mas que ele não iria pois considerava isto um absurdo. Mas a mulher, preocupada com o marido, o convence que o trabalho é importante. O maridão esperto então vai tomar um banho para se preparar e pensa: "Foi mais fácil do que eu pensava!"
Como toda mulher, quando o homem entra no banho ela revista o bolso do seu paletó e encontra um bilhete onde estava escrito:"Amor,estou esperando por você para comermos um pato ao molho branco. Beijão,Sheila".
Quando o marido sai do banho encontra sua mulher com uma camisolinhatransparente, sem calcinha, toda fogosa deitada de bruços. O marido, ao ver aquela bundinha sob a transparência não resiste e cai matando.. A mulher lhedá um trato completo e ele, exausto, vira pro lado e adormece.
Quando vai chegando a hora, a mulher acorda o marido, que não quer mais ir a reunião, mas novamente ela o convence da importância do trabalho. Ao chegar na casa da amante, o cara está arrasado.Cansado diz a ela que hoje trabalhou muito e que só iria tomar um banho e descansar um pouco.Como toda mulher, ao entrar no banho ela revista o bolso de seu paletó, e encontra um bilhete onde estava escrito:
"Querida Sheila, o pato foi, mas o molho branco ficou todo aqui. Beijão, A Esposa."
(Luis Fernando Verissimo)

12 de fev. de 2008

Depois da chuva, o arco-íris


Esta tarde...

Depois da chuva...

Antes de Ben Harper...

Depois de Nieztche.
Nada depois dele.
Como poderia?

Walk Away (tradução)Ben Harper

Aos meus amores conhecidos: Ginês, Robson, Rubby, Daniel, Marcelo, Charles, Eduardo, Túlio, Rui..., e aos meus amores desconhecidos, segue poema que poderia ter sido escrito para cada um/ou para todos nós... E para os outros que ainda ei de conhecer que estão por vir...


Walk Away
Ben Harper
Composição: Indisponível

Oh não Aí vem o sol de novo
Isso significa mais um dia
Sem você meu amigo
E me machuca
Ver a mim mesmo no espelho
E me machuca ainda mais
Ter que estar com um outro alguém
E é tão difícil de fazer
Mas tão fácil de falar
Mas as vezes
As vezes, você tem que ir embora
Ir embora
Com tantas pessoas
Para se amar nessa vida
Porque eu me preocupo
Com uma
Mas você põe a "felici"
Na minha "dade"
Você põe os bons momentos
Na minha diversão
E é tão difícil se fazer
Mas tão fácil se falar
Mas às vezes
Às vezes você tem que simplesmente ir embora
E rumar para a porta
Nós tentamos o Adeus
Tantos dias
Nós andamos na mesma direção
Para que nunca pudéssemos nos separar
Dizem que se você ama alguém
Então tem que libertá-lo
Mas eu preferiria viver preso à você
Do que viver nessa dor e miséria
Dizem que o tempo vai
Fazer com que tudo isso vá embora
Mas foi o tempo que tomou meus amanhãs
E transformou-os em ontem
E mais uma vez esse sol nascente
Está se pondo
E mais uma vez você, meu amigo
Não pode ser encontrada
E é tão difícil de se fazer
Mas tão fácil de se falar
Mas as vezes
As vezes você só tem que ir embora
Ir embora
E rumar para a porta
Você simplesmente vai embora
Ir embora

E só para você que não irá com o sol nascente, ficará na minha cama e tomará café-da manhã (todas as manhãs) comigo, meu desejo de que simplesmente permaneça.



5 de fev. de 2008

II Tempo_Blue Sky

...

Dois intermináveis minutos se passaram sem que Morgana se mexesse. Entre nós uma mistura de medo e descrença fazia com que não desprendêssemos os olhos dela. O rosto pálido pelo sangue que deixava de circular no seu corpo dava-lhe certa candura, algo angelical, coisa jamais vista no escritório.

Lembro-me de uma vez em que estava eu, Michael e Jonatan, conversávamos diante da máquina de café no corredor que leva a sala de reuniões, sobre a Pasta MAC - L. Fomos interrompidos pelo barulho de vidro estilhaçado. Ao voltarmos os olhares para a direção do som, Charles Lee surgiu sem fôlego. Os olhos puxados, pequeninos, pretos, estavam arregalados e bem maiores que o de sempre. Os óculos de armação preta e grossa, um exagero no pequeno rosto de Lee, já não conseguiam esconder o pavor. A causa? Morgana, mais uma vez.

Disse-nos ele, se recuperando da corrida, que tudo que havia sobre as mesas tinha destino contrário ao normal: seria arremessado pela janela. Tudo: peso de papel, porta canetas, bloco de notas e os rascunhos da acusação, nem mesmo o telefone sobrevivera ao vôo em direção ao fim da utilidade planejada pelos homens da ciência. Isso era Morgana, algo mais extremado, de coisas que se unem ao ar e as nuvens, não ao chão e a mesmice.

Daí o porquê do som estridente. Com o ar condicionado, as janelas fechadas, os arremessos tiveram sucesso só depois de despedaçar a fina película transparente que separava os ares, quente de fora e frio de dentro. Um novo sistema de refrigeração, carro em valor investido no local, era o “ambientador” de tardes ensolaradas, teoricamente mais produtivas. Fazíamos o clima da saudosa Inglaterra, fria e úmida, em plena São Paulo, infernal, sobretudo no mês de dezembro. A única sobrevivente do exercício físico foi a pequena escultura em bronze de Diké, filha de Zeus, que ficava sobre o aparador, atrás do confortável sofá marrom.
Segundo a narrativa de Lee, a explicação para essa intempérie era a suspeita de uma nova testemunha, encontrada pela defesa e denunciada por um dos espiões pagos pela chefia. Todo o esforço, horas de vigília de nossa equipe e os “podres” descobertos, antes empurrados para debaixo do tapete rosa, poderiam ir por água abaixo.

- “Ainda que eu trabalhe com Morgana há muito tempo, não achei na minha memória referência de arremesso de peso como hobbie”, disse-lhes num sorriso de canto da boca... De alguma forma a minha naturalidade em lidar com o absurdo, os tranqüilizou.
Um dedo, o indicador da mão esquerda, mesmo lado do braço ferido, se mexeu. Entreolhamos-nos. Mais ensandecidos três minutos se passaram até que abrisse os olhos. Meio banza tentou reerguer seu corpo da cadeira e caiu de volta, no mesmo lugar, numa sentada só. E demonstrou sinais de recuperação da consciência: deu ordens!

- Porque vocês estão paradas aqui? Vamos, temos de ir embora o mais rápido possível, disse-nos entre os tossidos.

Enquanto isso Jonatan já estacionava o carro defronte aquele imundo bar. Se estivéssemos em qualquer rua dos Jardins nosso transporte poderia até ter passado despercebido. Mas ali? Como olhares dos transeuntes iriam ignorar? Não fosse a caminhonete. Não fosse o belo semblante de Jonatan.

Por motivos óbvios, arrancamos Morgana da cadeira, agora mais viva que morta, e a colocamos no banco da frente da caminhonete. Atrás fomos eu, Anna e Paola. No bar, lugar dos dormentes é muito possível que todos tenham continuado suas medíocres vidas como se nada tivesse acontecido. Os jogadores seguir-nos com os olhares até a saída e voltaram-se para a sinuca. O barman que com canto do olho vez ou outra fotografava a cena das meninas em volta duma drogada sobre a cadeira, esfregaria durante o resto da noite o pano sujo nos mesmos copos que seriam de novo despejados sobre a prateleira de espelhos.

Na rua chamamos atenção de dupla platéia. Dois bêbados que concorriam ao Oscar de qual melhor fantasia do além, tamanho beleza das esfarrapadas roupas e palavreados. Xingaram-nos porque atrapalhávamos na calçada. Uns garotos encostados no baixo muro do outro lado da rua, distantes do poste com luz, não nos viram. O pó branco os seduzia mais.

2 de fev. de 2008

Sem enterro, sem fim.

E porque o fim foi sem enterro, choro até hoje.

Como parar de derramar-se em lágrimas se não há túmulo para enterrá-las? A relação que acaba sem um fim devido, fica assim... sem nexo. Qual a estória consegue ficar no passado sem início, meio e fim? Até pode ser fora da ordem, mas que venham os três tempos: ontem, hoje e amanhã.

Um dia começou. E foi junto com o nascer do sol. Eu voltava da balada, vestida de preto, por fora e por dentro. Ele levava o pai ao médico. Eu estava sentada no banco, porta entreaberta, estacionada defronte ao mar, ao lado da barraquinha de sorvete Kibon, na direção de seu apê. Fazia frio com o sempre presente vento minuano. A fina blusa que usava não conseguia esconder o arrepio. Nem os cabelos desarrumados permitiram melhor "primeira impressão". Mas assim foi. Eu, paulista de nascimento, sempre fico ligada com os arredores e tudo que se mexe a minha volta. O segui atraves dos espelhos, o lateral externo e o do retrovisor. Ele se aproximava do meu carro, mas o seu destino parecia outro. Ele buscava o sol. Assim como eu.

E teve meio. Decobertas, debaixo das cobertas. A poesia invadia o coração, o tesão dominava o corpo, a razão era arrancada a pontapés da mente e os amantes compartihavam o melhor de si para com o outro. E invadiam os mundos.

Secos Lábios

É difícil escancarar e assumir os próprios medos. Quem nunca se questionou o que deseja da vida:- o jornal lido na manhã chuvosa dum cinza domingo, ali na mesa da cozinha, pelo companheiro de todas as noites, ou;- fazer sexo numa cabana, sob a luz da lareira aos seus pés, bem defronte a um lago congelado, com um completo estranho?

O pior sou eu: provavelmente nem me fiz alguma dessas perguntas.

Chego a esta conclusão, pois permaneço só. Nem um jeito, nem outro.

Apenas coração vazio e secos lábios.

SC, 19/04/2007.






Premissa de Invasão

Como demorei tanto para ter a consciência de qual a temática que garante o leitor atento? Sabe, aquele tipo de leitor que sequer consegue tirar os olhos do texto, solta suspiros, nem pisca (mesmo na viradela de página).

Garante ainda um ouvinte ansioso por saborear mais palavras. A orelha para ficar mais próxima do emissor da mensagem, adianta-se do rosto, a cabeça chega a ter um breve desnível entre o lado esquerdo e o direito, deixa o ângulo ideal para que sejam ouvidos todos os temperos. Porque foi impreciso durante tanto tempo?

A mistura quente de conversas descabidas ou propositadas entre um homem e uma mulher, ambos dispostos a deixar as cortinas abertas e os rostos sem máscaras. Apenas livres. Claro! É isso.

Tudo bem... Uma pitada de suspense também ajuda, né? Mas, na verdadade, o que vale mesmo é a hora exata em que a expressão encontra caminho largo para surgir, sem os limites preconizados pelos ditames sociais. Os cinco sentidos são amplificados e a conexão entre eu que escrevo e você quem lê é inigualável.

Só nos dois sabemos o quão rico é esse momento... Fica impossível distinguir se o que há é invasão de meus pensamentos em sua cabeça ou se é sua bagagem interpretando as minhas palavras.

Eis a invasão permitida.


Blue Sky entre os seios



Ao entrar no bar odor de cigarro e bebida barata invadiram meu olfato. Olhar naquela meia luz e conseguir enxergar algo a mais que nuances de rostos cansados e tristes era perca de tempo e de propósito. Todos pareciam dormentes. Existe correlação entre mulheres e prozac; homens e cerveja? Pior seria não admitir o escapismo.

O balcão do boteco dava a impressão de que se meus cotovelos ficassem sobre ele, sairiam imundos. O móvel vermelho parecia grudento tamanha a quantidade de restos de wiski vagabundo, suor e depressão.

Os quatro homens que jogavam na única mesa de sinuca ocupada, logo a esquerda da entrada, por um momento, pararam. Seus olhares mediram o nosso grupo da cabeça aos pés. Morgana, já mais morta que viva, levada pelos ombros pelas amigas foi posta sobre a primeira cadeira vaga. Com essa distração creio que eles nem notaram minha fuga em direção ao banheiro. Só uma piscadela para as meninas e corri para lá. Tinha que ser rápida, precisa, certeira na dose e no tempo.

Atrás da porta do toillet a imagem foi ainda pior, o cheiro de vômito denunciava que alguém por ali esteve havia pouco tempo. Certifiquei-me que estava só naquele banheiro nojento. Entrei na última das cinco cabines, fechei a portinhola e sentada sobre o vaso abri a necessarie, retirei a agulha e introduzi o antídoto. Escondi de novo o blue sky entre meus seios no sutiã e corri para aplicar a injeção em Morgana.

O sangue escorria do ferimento no braço. O lenço colocado cuidadosamente não estancara o líquido viscoso. Ela cada vez mais branca mostrava sinais de desmaio. Ali, postada na cadeira tão indefesa e dependente dos outros e de mim era imagem que jamais imaginava como possível. Logo ela? Sempre tão altiva...

Apliquei. Agora só nos restava esperar. Só nos restava acreditar que daria certo.




Análise de risco

Porque há chances de perder o jogo.
Mas escolhi ganhar.