16 de ago. de 2010

Reencontro

Confesso que fiquei surpresa com seu chamado na noite de ontem.

Obra do acaso?
Depois de séculos de silêncio... Nos reencontramos.

Você de um lado, "disponível", pronto para nova tentativa em mesmo sujeito da frase.

Eu de outro, "disponível", mas não pronta para nova tentativa, seja em mesmo sujeito para mesma frase, seja diferente sujeito para mesma frase, seja mesmo sujeito para diferente frase.

Dizem que as coisas não acontecem enquanto não estamos prontos para lidar com elas.
Você acredita nisso? Seria o mesmo que dizer que acredita no destino e não no acaso.

Tenho um amigo, antigo amante, engenheiro agronômo entre outra coisas, chama-se Túlio. Ele me disse: "Não devemos esperar absolutamente nada das pessoas com as quais nos relacionamos". Crente em Jean Paul Sartre e no existencialismo que deve imperar nossa vida,Túlio vivia ao pé da letra: a vida é agora, não antes, nem depois. É verdade que sua vida profissional mostrava, em rápidos lampejos, que tais ditames valiam tão somente aos relações sexuais esporádicas.

Eu sinceramente tenho muita dificuldade com isso, embora minha vida não seja resultado do que penso, ou desejo, ou planejo; ainda continuo a criar expectativa sempre.

Se encontro com alguém já planos são tecidos em meu cérebro do que pode ou desejo que ocorra. É maior que eu. Involuntário ou não, sempre está lá: imagem do próximo passo, próxima pegunta, próxima resposta.

Sinto com tamanha realidade que vivencio cada textura do corpo da pessoa. Visualizo o passar os dedos nos seus cabelos ou as mãos dele por entre meus seios.