25 de out. de 2014

Filho alcança maioridade penal (por si só é crime?)

Os convidados dizem que...

Os mais velhos sempre começavam frases de efeito dizendo: “Um dia você vai entender...”. Pois bem, esse dia chegou e, (in)felizmente, o entendimento não grudou nele. Embora eu tenha vivido na noite de ontem, melhor dizer, revivido, cena de família entre mãe e filho, continuo sem compreender porque tem de ser óbvio...

Veja que se já tivéssemos escutado como decorre o desenvolvimento dos filhos, sobretudo na adolescência e o período imediatamente posterior, deveriam os pais estar preparados para essa nova empreitada, certo?

Geradora (sim, geradora mesmo, não genitora) e filho estiveram em franca discussão. Lavaram roupa de toda as suas vidas. De uma lado: “Porque eu fiz tudo... alimentei, cuidei, deixei minha vida de lado por você”. De outro: “Porque eu tenho de seguir meu caminho e chegará a hora que não estarei ao seu lado diuturnamente. Em muito breve será assim”.

Independentemente de quem tem razão ou não, o que mais se exibe diante de meus olhos é que essa mãe sabia que esse dia ia chegar, inclusive com data prévia: 18 anos de sua prole. Então como deixar toda a sua vida de lado, ser progenitora, antes de mulher, profissional, filha, irmã, um ser humano inserido num contexto de amigos que lhe são prazíveis, etc.? Difícil compreender porque ela, a mãe, olhou tão somente para o umbigo de seus herdeiros ao invés de simultaneamente cuidar do seu.

Defensores da velha “estória” esbravejam que ela teve de fazer escolhas: realizar investimento em si mesma ou no filhote, optou pelo segundo. É assim a lei de mercado: a demanda (leia-se necessidades) sempre são maiores que a oferta (leia-se recursos). Logo, a lógica quinquenária ordena pela prospecção de esforços concentrados no que há potencial de desenvolvimento, ou seja, aquele que está crescendo...

Essa era é diversa de tudo e qualquer outra época. Quem tem 50 anos ou mais atravessa um emaranhado de situações díspares. É ímpar e irregular no tecido de (sobre)viver. Nada do que esta mãe experimentou, enquanto foi filha, serve para o momento. Lá atrás, esperada (imposta até talvez) atitude de abstenção. Nesta exata circunstância novos elementos precisariam estar em sua vida (e, não estão)
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E agora? Sem planos para seguir em frente como um ser humano complexo (completo seria melhor termo?), como ser mãe não o fosse (risos), que fará ela?

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