29 de out. de 2014

Álcool faz bem à saúde (momentaneamente?)

Após uma caixa de cerveja entornada, péssima música no boteco, cheiro misto de suor e perfume barato, repleto de gente feia e mal amada, decidi por buscar a rua.

Respirei um pouco de ar puro do interior da "Santa e Bela Catarina" e senti o friozinho do sereno nos braços. As pernas, sempre protegidas por calças, em qualquer ocasião, brigavam para continuar naquele martírio. O cérebro, único ser capaz de reagir diante deste cenário, embriagado, não tomou partido. Deixou que o resto do corpo mandasse.

E, assim foi a volta para aquele odor de frustração e desânimo. Os pés decidiram por chacoalhar mais um pouco. Já embaixo, no salão, requebrei as cadeiras entusiasmada pelo teor de álcool no sangue. Olhei para a entrada, sobre as escadas que acabara de descer, e nada melhor surgia naquele pardieiro. Outra hora perdida passou.

Fui pegar o enésimo copo na mesa e alguém me chama. Não pelo nome, mas com um gauchesco tom: "Ei guria!". Ele vestia calça jeans azul escuro, sapatos e camiseta gola polo. Rosto e braços bronzeados. Cabelos curtos e escuros (com uma pitada de fios claros aqui e acolá). Continuou: "Me concede esta dança?".

É incrível como a quantidade de cerveja é diretamente proporcional a capacidade de conhecer pessoas. Explico: quanto mais se bebe, menos defeito se vê, a crítica racional que determina suas escolhas some, tudo fica mais bonito e aprazível.

Não sei dizer se essa era a melhor oferta do mercado local, mas diante de seus concorrentes, até que ele despontava alguns pontos competitivos. Resolvi aceitar o convite.

Surpresa foi ver que meus pés conseguiam ainda alguma coordenação motora e, com um bom dançarino me guiando, atingi roda completa no salão sem pestanejar!

Ele fez por merecer: saímos juntos.

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