29 de jul. de 2008

ENCONTRO ÀS CLARAS

Hoje fui tomada de surpresa....

Tudo começou numa ida rápida ao mercado, caminho da faculdade, para comprar uma salada a ser servida no almoço amanhã e fazer um lanchinho antes da aula.

A sorte já deu sinal de vida quando vi uma vaga para estacionar o carro bem pertinho da porta de entrada. Quando se tem pressa, esses pequenos "presentes" são comemorados como gols do Palmeiras (tudo bem que empatou com o Grêmio e saiu do G4, mas é temporário...já já voltamos ao topo!).

Havia promoção de vinhos importados. Adoro os encorpados chilenos. Parei, olhei, comprei um.

Acho, depois de hoje, que todas as mulheres deveriam usar SEMPRE salto alto. Tal vestimenta nos obriga a olhar para frente e remexer as cadeiras. Não mais visão bitolada para os produtos nas prateleiras! Há que se ampliar os horizontes! É impressionante o que o barulho do "pec pec" no caminhar fez nos corredores daquele (vazio) mercado, numa terça-feira, às 18hs, no final do mês!

Após o vinho chegar ao carrinho de compras, meus olhos percorreram as pessoas que estavam em volta e depararam com os olhares cuidadosos sobre mim vindos de um homem distante há poucos passos.

Fui na seção de frios comprar presunto e muzzarrella, lá estava o homem a me cuidar.
Fui na lanchonente escolher o salgado assado com café para antes da aula, lá estava ele.
Fui..., lá estava ele.

Analisei de cima a baixo e percebi que era um homem bem alto, olhos claros (azuis eu acho) escondidos atrás dos óculos, barba cuidadosamente aparada, camisa azul, numa horrível calça social clara (parecia um bege) e sapatos pretos. Quem em sã consciência usaria uma combinação destas?

Depois sumiu.

Fui ao caixa e não o reencontrei.

Sai do mercado em direção ao meu carro que estava na vaga dos sortudos.
Sabe quem estava lá? Ele (o calça claro com sapatos pretos!) de pé na porta de seu carro bordô, exatamente ao lado do meu prata.

Sorri sem jeito. Desarmada pela inesperada ocasião, estendi a mão em resposta ao seu cumprimento. Quando notei, em milésimos de segundos, já havia lhe dito meu nome. Para dizer meu número de celular, foram apenas mais alguns brevíssimos momentos. Não acreditei em mim mesma quando num gesto automático atendi seu curvar-se e, trocamos, no despedir, beijinhos no rosto com mais um estender de mãos.

Era nítido para mim e para ele o desconforto. É certo que ambos somos desajeitados para essas coisas.

Amanhã almoço agrião como salada e sorrisos secretos como sobremesa.

4 comentários:

Welker disse...

Parabéns.

Você acaba de adquirir um leitor.

fjunior disse...

preciso aprender mais sobre as mulheres... estas coisas nunca me acontecem..rs

John Doe disse...

ta ai, o tipo de encontro ao acaso com que todo bom sonhador o tem, sinto falta dessas brincadeiras do destino, será que esta se esqueceu de mim, logo eu que costumava me divertir tanto com as suas brincadeiras quase sempre de mal gosto... bem, ainda me divirto mesmo que só ao assistir ou imaginar estes casos do acaso...

Anônimo disse...

Que show!
Adorei o texto e fiquei com vontade de saber o que aconteceu depois...rs...
E como vai o calça clara com sapato preto?
=D
bjos
Ly